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terça-feira, 5 de julho de 2011

Como surgiu o bumerangue com vinco

Olá, pessoas!

O mundo do bumerangue já viu surgirem algumas boas idéias, como os bumerangues ambidestros e os modelos especiais para modificações (o TriFly, por exemplo). Uma outra boa ideia que hoje é usada por todo o mundo, principalmente em bumerangues indoor, foi o vinco.

Tudo começou no ano de 1990, quando os bumerangues de três asas ainda estavam se popularizando nas competições. Nesse ano, o brasileiro Carlos Martini Filho, o Magrão, participou do campeonato americano (no qual ganhou o primeiro título internacional para o Brasil: segundo lugar na prova de precisão), no Estados Unidos. Nessa viagem, ele conheceu a novidade através do americano Joh Koehler, que lhe deu dois bumerangues de madeira. Na mesma ocasião, o Magrão também teve contato com modelos indoor fabricados em poliestireno de 0,5 mm pelo americano Gary Broadbent. O Broadbent fazia uma curvatura ao longo do comprimento da asa colocando o bumerangue na borda de uma mesa e o aquecendo com uma vela, criando assim um perfil aerodinâmico. Em alguns casos, o Broadbent apenas torcia as asas do bumerangue, o que fazia com que gerassem mais arrasto e tivessem um voo mais lento.

Bumerangue produzido
pelo americano Gary Broadbent


De volta ao Brasil, o Magrão se inspirou na técnica do Broadbent e em outra já utilizada por ele mesmo desde 1976 em pequenos aviões de papel sulfite. Esses aviões possuíam um vinco (dobra) longitudinal nas asas, o que lhes dava resistência mecânica e impedia que dobrassem durante o voo. Assim, era possível fazer um avião com um papel fino e leve, mas que voasse por longas distâncias.

Avião feito com papel sulfite


Asa com vinco em vista lateral e em detalhe


A partir disso, o Magrão criou então um sistema de vinco em bumerangues que lhes dava uma melhor estrutura mecânica e permitia que se usasse materiais mais finos e leves ao mesmo tempo em que atingiam as distâncias necessárias paras as competições indoor. O vinco também passou a agir como um perfil aerodinâmico, permitindo dar aos bumerangues diferentes características de voo. Por exemplo: ao se torcer as asas de um bumerangue, ele terá um voo mais lento, enquanto um vinco no mesmo bumerangue gerará menos arrasto e fará com que ele tenha um voo mais rápido, o que é mais vantajoso em modelos como os utilizados nas provas de Fast Catch. 

O Magrão chegou a patentear o vinco ainda em 1991, além de desenvolver uma faca (semelhante a uma forma para cortar biscoitos) que permitia produzir bumerangues, já vincados, em escala industrial. Ele levou um modelo feito em PVC de 1 mm para o Campeonato Mundial daquele ano, na Austrália, e o distribuiu entre os competidores, popularizando a ideia. A partir de então, o vinco passou a ser utilizando por bumeranguistas do mundo inteiro.

Descrição, prancha e certificado da patente do bumerangue com vinco


Primeiro modelo de bumerangue com vinco produzido em escala
industrial (vista completa e detalhe da asa com vinco, em verso)


Carlos Martini Filho, o Magrão,
no Parque Nacional de Nambung
(Austrália), em 1991



Uma coisa interessante de se observar nessa história é que, no mundo do bumerangue, dificilmente alguém cria algo novo do zero. Geralmente as ideias surgem como modificações que coisas que já existiam, através de melhorias ou adaptações.


Bons retornos a todos!
Ítalo Carvalho.


Referências utilizadas:
Todas as fotos por Carlos Martini Filho.

3 comentários:

  1. Parabéns Ítalo,por estar sempre garimpando alguma informação ou notícia e postando....
    Quando comprei meu primeiro bumerangue no ebay, descobri o bumerssa, e li o blog todo...
    Agora que já sei jogar, o blog continua sendo útil, com dicas de fabricação, regulagens, materiais, etc....
    continue assim!!!

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  2. Oi, Helvécio, valeu pelo apoio. E vou continuar sempre melhorando o blog. Abração!

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  3. Parabens Ítalo e Magrão, por mais essa informação graças ao vinco pude fazer meus bumerangues e ter uma satisfação pessoal, pelo retornos dos bumerangues que faço já usei desde balde de vedacit até retalhos de chapas de comunicação visual, parabens mais uma vez pelo seu blog, um abraço Flavio...

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