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terça-feira, 30 de março de 2010

Fabricando seus próprios bumerangues

Olá, pessoas!

Uma consequência natural de praticar o bumerangue é fabricar seus próprios bumerangues, embora nem todos os praticantes fabriquem. O ponto negativo: dá trabalho e faz um pouco de bagunça, e quem não tem habilidade com trabalhos manuais tem um pouco de dificuldade, embora não seja uma tarefa difícil. O ponto positivo: vocês podem fazer um bumerangue novo quando quiserem, do modelo que quiserem, sem ficarem limitados pelos modelos que são vendidos por aí, e ainda podem escolher o material e pintar como quiserem. Como já disse antes, a imaginação é o limite. E outra: quando tiverem experiência o suficiente, vocês podem criar seus próprios modelos!

Este guia ensina o básico sobre como fazer um bumerangue de forma artesanal. Para quem quer fazer para uso próprio, já é o suficiente:

Faça você mesmo - Disponível no site do Sanca, de São Carlos - SP.

Neste outro link tem um glossário com várias ferramentas que também podem ser usadas na fabricação (facilitam e aceleram o processo, mas não são indispensáveis):

Terminologia: Fabricação - Disponível do site do Jerri Leu, de Balneário Camboriú - SC.

Pra começar, isso já é o suficiente. Aqui vai uma dica de puro bom senso: não lixem nem pintem seus bumerangues antes de testarem e se certificarem de que eles funcionam! Só depois de testes bem sucedidos vocês fazem o acabamento.

Em outros posts eu trago mais detalhes, como materiais mais comuns e menos comuns que podem ser utilizados e onde conseguir plantas. E um aviso: não se preocupem se os bumerangues não saírem exatamente como vocês queriam, afinal a única maneira de fazer dois bumerangues 100% iguais é através de moldes, que não é o caso aqui. Se ele funcionar já está bom e com a prática seus bumerangues ficarão cada vez melhores, então não desistam!

Vejam os outros posts da seção "Fazendo Bumerangues" para mais informações.

Bons arremessos!
Ítalo Carvalho.

Regulando o bumerangue

Olá, pessoas!

A maioria dos bumerangues já vem pronta pra arremessar, mas alguns modelos precisam ser regulados. Já em outros, as regulagens servem para alterar alguma característica do voo ou mesmo para deixar o bumerangue mais resistente ao vento. Veja abaixo os princípios gerais das regulagens (retirado do site Sempre Volta, do Jerri Leu):


USO DE ELÁSTICOS: 
elásticos 
Geralmente para dias de vento mais forte. Enrole um elástico em cada asa do bumerangue. Quanto mais para as pontas colocar, mais "arrasto" (freio) será dado ao bumerangue.
Bumerangue Tri Fly original em polipropileno, criação de Eric Darnell.
 
 
Os modelos de duas asas também podem ser regulados com elásticos, como nesta foto.
Bumerangue CC15
Shaper e Desinger: Jerri Leu
 USO DE FUROS: 
 
Os furos geralmente são usados para diminuir a rotação do bumerangue. Bumerangues que flutuam muito no momento de chegada, no caso os de trick-catch, tendem a "escapar", então, os furos nas pontas ajudam a diminuir esta flutuação.
Bumerangue Tri Fly original em nylon (Eric Darnell)
Shaper e Designer: Jerri Leu
 
Nos bumerangues para a modalidade 30m Relay, por exemplo, os furos fazem o boom perder o giro e ficar fácil para a pegada.
Parte de trás do Thunder, com furos de tamanhos diferentes nas asas e no centro.
**Shaper: Jerri Leu
Designer: Sandro Web Rider
Detalhe: os furos são permanentes, mas podem ser tapados com fita! Sem problemas
 USO DE PESOS: 
 
Você poderá fazer com que seu bumerangue atinja maiores distâncias, colocando pesos (como moedas de 1 centavo) nas pontas das asas. Se colocar um peso no centro do bumerangue, a distância tende a diminuir.
Shaper e Designer: Jerri Leu
 
Doblers com pesos em posições diferentes. 
O bumerangue de baixo é denominado "outsider" (o que voa por fora). O peso está na ponta, o que faz ir mais longe.
O de cima é o "insider" (que voa por dentro e cai primeiro). O peso está mais para o centro do boom.
 TORÇÕES: 
 
Quando se quer que o bumerangue faça uma volta mais curta, dá-se uma torcida para cima, na ponta da asa.
Quando se quer que ele vá mais longe, faz-se o inverso, torcendo-se para baixo.
Torção para cima, fazendo o boom fazer a volta mais curta. Nesta regulagem, dependendo da torção, o bumerangue também perde giro.
Nos AMBIDESTROS, esta é a regulagem para DESTROS!
 
Torção para baixo, faz com que o boom vá mais longe.
Nos AMBIDESTROS, esta é a regulagem para CANHOTOS!
 EMPENAMENTOS - (BEND-UP / BEND DOWN) 
 
Quando se faz esta regulagem "empenando" uma asa, ou outras mais, faz-se com que o boom suba e "flutue" mais. Empenando-se para cima, o boom faz um vôo alto e com maior flutuação.
Pode-se "empenar" uma ou mais asas. 

**a foto é meramente ilustrativa, o "empenamento" varia para o vôo desejado!
 
Procedendo o "empenamento" para baixo, o boom voará baixo.
Pode-se "empenar" uma ou mais asas.
**a foto é meramente ilustrativa, o "empenamento" varia para o vôo desejado!
 
Uma boa forma de se "empenar" todas as asa ao mesmo tempo (e uniformemente) é apoiando uma das asas no polegar, outra no indicador e outra no mínimo (mindinho), então pressionando no centro do boom.
 DESBASTE NAS ASAS - (UNDERCUT) 
 
Às vezes o bumerangue tende a "cair" antes de completar a volta, para corrigir isso é feito um desbaste na parte de baixo, na ponta da asa. Isso faz com que haja mais sustentação do boom e complete a volta.
Ao lado, o modelo OTTO, com expressivos undercuts nas duas asas.
Shaper e Designer: Jerri Leu
  Ampliando-se a área da ponta da asa, nota-se bem o desbaste.
 
Alguns modelos, como este Mega Ice-Runner, tem undercut tanto na fuga quanto no ataque.
Esse modelo foi desenvolvido para a modalidade LD (atingiu 90 metros!)
Designer: Manuel Schüetz
 CONCAVE: 
 
Essa regulagem é feita para encurtar a distância de vôo do boom.

Modelo Mong com concavidades nas três asas.
Note também que há undercuts.
Shaper e Designer: Jerri Leu
 MUDANÇA DE "OUTLINE" 
 
Muitas vezes é necessário mudar o desenho de um boom, para que tenha outro tipo de vôo, o que caracteriza uma regulagem. 
Mudança no "outline" de um Renner, de Axel Heckner. Este boom foi modificado para a modalidade Trick-catch.
Shaper e Designer: Jerri Leu























Depois de ter essa noção básica, vale a pena se informar mais desse assunto.

Primeira coisa que deve ser dita: as regulagens mudam apenas alguns aspectos do voo. Não adianta tentar regular um bumerangue de que voa com ventos fracos para que ele voe em ventos fortes. O máximo que se consegue é que ele voe em ventos um pouquinho mais fortes que o habitual. O mesmo se aplica com distância e altura do voo.

Segunda: as pontas das asas são as partes do bumerangue que mais afetam o voo. Pra ser mais exato, os últimos 25~30% do comprimento da asa. Assim, quanto mais próximo da ponta for a alteração, maior será o efeito. Porém as regulagens podem ser feitas em qualquer parte do bumerangue, a depender do efeito que se quer causar.

Terceira: cada modelo reage de maneira diferente às regulagens aplicadas. Por exemplo, para um modelo basta um elástico na ponta de uma única asa, enquanto em outro são necessários elásticos em duas asas, sendo que os dois bumerangues irão voar bem na mesma intensidade de vento após a regulagem. Cabe a vocês tentarem diferentes combinações para descobrir o que serve em cada modelo.

Quarta: como já foi dito em outro tópico, muito do bumerangue é improviso com materiais reaproveitados. Para regulagens vale a mesma regra. Pode-se usar chumbos, moedas, elásticos para dinheiro, pedaços de borracha ou feltro, fita adesiva, enfim, qualquer coisa pode servir. Sua imaginação é o limite.

Agora, algumas dicas a mais sobre as regulagens mais comuns:

  • Elásticos: são fáceis de encontrar ou mesmo comprar (pacotes com 200 unidades custam menos de R$3,00). Coloquem nas pontas das asas para reduzir o giro (spin) do bumerangue, caso ele volte muito agressivo. Em modelos de três asas coloquem um ou mais elásticos no centro, passando pelas três asas, para deixar mais resistente ao vento. Vocês podem combinar elásticos no centro e nas asas de diversas maneiras.
  • Furos: são menos utilizados atualmente, já que muitas vezes o elásticos geram o mesmo efeito (com a vantagem de serem reversíveis). Só façam furos no bumerangue se tiverem certeza de que eles serão mais úteis que os elásticos.
  • Pesos: chegam a alterar a distância que o bumerangue atinge em até 5 metros, a depender do que se utilize. Além das moedas, borrachas podem ser utilizadas (fixem com fita adesiva de boa qualidade, para que não saiam com facilidade durante o voo ou em quedas). É comum o uso de pequenas quantidades de chumbo cravadas nas pontas das asas para aumentar a distância (esse tipo de regulagem não é reversível) . Outra coisa que pode ser usada é lead tape, que é uma fita adesiva com chumbo que pode ser encontrada em lojas de material esportivo (são usadas para balancear raquetes de tênis). Quando colocarem pesos, não usem coisas muito grossas, pois isso pode alterar a aerodinâmica do bumerangue.
  • Torções: nem todo bumerangue aceita torções e empenamentos, apenas os de plástico (principalmente PVC até 1 mm e PP, já o ABS só aceita torções bem pequenas). Afetam a distância do voo em vários metros, a depender do modelo. São facilmente reversíveis.
  • Undercuts: se seu bumerangue está voando bem, não tentem fazer undercuts. Deixem para tentar fazê-los se algum dia vocês fabricarem seus próprios bumerangues.

Bons arremessos a todos!
Ítalo Carvalho

    segunda-feira, 29 de março de 2010

    Lidando com o vento: velocidade

    Olá, pessoas!

    Depois de aprenderem sobre a direção, é hora de falar sobre a velocidade do vento.

    Para cada modelo de bumerangue existe uma velocidade (ou um intervalo de velocidades) ideal. Essa velocidade é definida pelo shape e pelo material do qual o bumerangue é feito. Geralmente os fabricantes indicam essa velocidade, ou melhor dizendo, a intensidade. Qual a diferença entre as duas coisas?

    A velocidade é um dado numérico, em km/h, m/s, nós etc. Ela pode ser medida através de um anemômetro. Podem se bastante úteis e é possível encontrar anemômetros portáteis para comprar na internet custando a partir de uns R$100,00:


    Já a intensidade não é um valor medido e sim uma inferência baseada na observação indireta do efeito que o vento causa em objetos.

    Não há um consenso geral no Brasil (pelo menos não que eu conheça) de como classificar os ventos. Os fabricantes vendem bumerangues para ventos fortes, fracos e médios, mas cada um parece seguir sua própria escala. O único que deixa clara a que segue é o Jerri Leu, de Balneário Camboriú - SC: Condições de vento.
    Observe que por essa escala é possível inferir a intensidade do vento pelo efeito que ele causa na biruta e nas árvores, ilustrando o que foi explicado acima.

    Já o bicampeão brasileiro Sandro Freitas sugere outra escala (Via comunidade Bumerangue / Boomerang):

    "de 0 à 6 km/h - Ventos Fracos
    De 6 à 8,5 km/h - moderados
    de 8,5 à 11km/h - Ventos médios
    de 11 à 16km/h - Ventos fortes
    De 16 à 22km/h - Ventão f####do
    De 22 à 32km/h - Poucas coisas voam
    32km/h é meu limite 

    Não consigo jogar nada acima desse vento, testado em campo.
    Mas imagino que um bom tijolo bem shepeado, talvez funcione.
    Hahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahha"



    Pessoalmente, prefiro essa segunda, pois os intervalos de velocidade são mais curtos e deixam a escala mais precisa, o que poderia ser bom na hora de escolher o bumerangue para comprar. Mas ainda não tentei shapear um tijolo ;-p.

    Vale citar também uma outra escala (menos conhecida pelos praticantes do bumerangue) que é usada em algumas plantas: a Escala Beaufort (abreviada como "Bf"). Não é muito prática, uma vez que nem todo mundo arremessa em alto mar nem próximo a lugares com fumaça ou moinhos de vento.

    Mas saber a velocidade exata do vento não é realmente importante (a não ser, talvez, para quem compete, que deve saber com precisão que modelo usar em cada tipo de vento). Com alguma prática, você descobre a melhor intensidade para cada um dos seus bumerangues. Eu mesmo faço isso apenas sentindo o vento e olho para a biruta só para confirmar a direção. E perceba que um mesmo bumerangue pode se comportar de maneiras diferentes a depender da velocidade do vento, geralmente com um retorno mais suave no vento mais fraco e retornando com muito giro nos ventos mais fortes (mais agressivo, ou como diz um amigo meu: "cheio de veneno")

    Da mesma forma que a direção, a intensidade dos ventos tende a ser mais constante próximo ao mar e varia de acordo com o lugar, época do ano e condições de tempo. Preste atenção no lugar onde você costuma arremessar para perceber isso.

    Por último, algumas dicas: veja no tópico "Erros mais comuns" quais são os erros relacionados com o vento e como corrigi-los. Veja também no tópico  "Regulando o bumerangue" como regular seu bumerangue para diferentes intensidades de vento.

    Bons arremessos a todos!
    Ítalo Carvalho.

    Referências utilizadas:
    Foto por Ítalo Carvalho.

    domingo, 28 de março de 2010

    Erros mais comuns

    Olá, pessoas!

    Quando se está aprendendo qualquer coisa, é esperado que se erre bastante no começo. Mas se sabemos quais são os erros mais comuns, podemos trabalhar mais para evitá-los (retirado do site Sempre Volta, do Jerri Leu):



    muito à esquerda do vento
    - Arremesso do bumerangue muito para a esquerda em relação ao vento.
    Correção - Arremesse-o mais para a direita.



     arremesso à direita 

    - Arremesso do bumerangue muito para a direita em relação ao vento;
    Correção: Arremesse-o mais para a esquerda.

      
    muito fraco, pouco spin

    - Arremesso do bumerangue com pouco giro;
    - O ângulo vertical é muito grande;
    - O arremesso do bumerangue foi muito para o alto;
    Correção - Arremesse-o mais na altura dos olhos, com um pouco de layover (um pouco mais deitado - POUCO!) e mais giro!

     Muita força, pouco spin

    - O bumerangue foi arremessado com muita força e pouco spin (lembre-se  força NÃO é a mesma coisa que SPIN!);
    - Talvez o vento esteja um pouco forte. Verifique


    destro jogando canhoto

    - Jogar um bumerangue de canhoto sendo destro e vice versa;
    - O lado curvo (shape) do bumerangue está para fora (apoiado no dedo indicador) e não para o lado do arremessador (apoiado no dedo polegar);
    - Acontece quando se inclina o bumerangue para dentro (ângulo negativo).


    layover

    - Arremesso do bumerangue muito na horizontal (muito "layover");
    Correção: Arremesse-o mais "em pé" (próximo à vertical)


    arremesso baixo

    - Este arremesso foi muito baixo.
     Correção: Arremesse na linha da altura dos olhos.


    baixo

    - Outro arremesso muito baixo.
    Correção: Arremesse na linha da altura dos olhos.


     pouco giro

    - O bumerangue foi arremessado com pouco giro;
    - Verifique se o vento não está muito fraco.


    força demais!

    - Típico arremesso em que se usou muita força (força não é giro!).
    Lembre-se: O bumerangue deve ser arremessado com suavidade e não agressividade!
    É um esporte, não uma arma!!!

    PERFEITO!

    - Você arremessou na linha dos olhos;
    - Você arremessou com a inclinação correta;
    - Você arremessou 45° em relação ao vento;
    - Você aplicou o giro correto;
    PARABÉNS. VOCÊ ARREMESSOU PERFEITAMENTE!


    Só para complementar, tem mais uma coisa que acontece principalmente quando se arremessa em ventos mais fortes. Se arremessado na altura dos olhos, o bumerangue sobe muito na última parte do voo e tem um retorno bem violento:


    Para corrigir isso, observem qual foi a altura máxima que o bumerangue atingiu no primeiro arremesso (linha pontilhada na figura acima) e nos próximos lancem já mirando nessa altura:

    Sejam pacientes e persistentes. Com o tempo vocês vão aprendendo a reconhecer o que está errado e se corrigindo.

    Bons arremessos!
    Ítalo Carvalho.

    Lidando com o vento: direção

    Olá, pessoas!

    Para um bom arremesso, é indispensável saber exatamente a direção e ter uma noção da velocidade do vento. Na verdade, é mais fácil fazer a primeira coisa do que a segunda. Vamos por partes.

    Cada modelo de bumerangue deve ser arremessado a um certo ângulo em relação ao vento. A todo iniciante se diz que esse ângulo é de 45º, o que nem sempre é verdade. Mas é um bom começo quando você está arremessando pela primeira vez um modelo que não conhece e, a depender de como o bumerangue se comportar, você corrige esse ângulo para mais ou para menos (veja o post sobre erros mais comuns). Mas para calcular o ângulo primeiro você deve saber a direção do vento (isto é, de onde está vindo) e isso é bem simples: use uma biruta!

    Qualquer coisa leve pode ser usada como uma biruta. Muitos usam fitas de cetim, daquelas de enfeitar presentes. Fitas do Senhor do Bonfim também serve, se você tiver alguma sobrando. Algum pedaço de tecido bem leve também pode virar uma biruta se você amarrar nele um barbante. Enfim, use sua imaginação. Quanto mais leve for o material, mas sensível ao vento será sua biruta, que indicará a direção até mesmo de brisas bem fracas.

    Algumas pessoas amarram a biruta no próprio corpo (geralmente as fitas), o que pode gerar alguns problemas (como o corpo bloquear o vento e a biruta não se mexer, a biruta enroscar no bumerangue ou nas mãos durante um arremesso ou pegada etc.). Recomendo que procure galhos de árvores, traves ou qualquer coisa horizontal fora da trajetória que o bumerangue vai seguir. Mas se você for arremessar em algum lugar que não tenha nada disso, eu tenho uma sugestão bem simples: arrume uma antena! Sim, uma antena telescópica daquelas de rádio ou de televisão, dividida em gomos que se encaixam um dentro do outro. Como ela é retrátil, fica fácil de transportar dentro de uma mochila, pra onde você for. Basta fincá-la no chão e amarrar nela a biruta. Caso você arremesse em lugares onde não dá pra enfiar a antena no chão (em gramados, por exemplo), você pode fazer uma base com pedras do próprio lugar para apoiá-la, ou mesmo fabricar uma base portátil (faça um cone com base bem larga, para que a biruta não caia de lado com ventos mais fortes). Sua imaginação é o limite! Aliás, quando se trata de bumerangue, muita coisa é improviso, então não se sinta envergonhado de tentar as mais loucas gambiarras! Só para citar um exemplo, já vi um cara em uma comunidade do Orkut que usa uma vara de pescar telescópica como biruta (com o adicional de que ela serve pra tirar o bumerangue de árvores e lugares altos, quando necessário).

    Agora, se você não quiser ficar carregando nada por aí ou estiver arremessando sem sua biruta, você pode pegar um punhado de grama, areia bem solta ou qualquer coisa semelhante e soltar no ar para saber a direção do vento. Só não aconselho fazer isso sempre, pois é bem chato ter que abaixar toda hora, além de sujar a mão.

    Dica: quando acertar o ângulo em que o bumerangue deve ser arremessado, use algum objeto para marcar a direção exata. Coloque um graveto apontando para essa direção e a cada arremesso volte para onde ele está e use-o como referência. O mesmo pode ser feito alinhando-se duas pedras ou qualquer outra coisa. Se você está em algum lugar que não tem nada disso para usar, você pode usar árvores ou postes como pontos de referência, arremessando o bumerangue do lugar de onde você vê dois deles alinhados.

    Outras observações: No Brasil, o vento predominante é o Leste (a denominação do vento se dá pela direção de onde ele vem, não para onde ele vai), variando um pouco para o sul e para o norte a depender da estação do ano. Em locais próximos ao mar (principalmente na praia), a direção do vento tende a se manter constante. Já próximo a morros ou entre prédios,  pode mudar com frequência em curtos espaços de tempo, até porque pode acontecer do vento encanar. As condições de tempo também podem influenciar (céu aberto ou fechado, com poucas ou muitas nuvens). Tudo isso varia de lugar para lugar, então não dá para prever com exatidão. Preste atenção no lugar onde você costuma arremessar e talvez consiga encontrar um padrão.

    Por fim, veja no tópico "Erros mais comuns" quais os erros relacionados com o vento e como corrigi-los.

    Bons arremessos!
    Ítalo Carvalho.

    quinta-feira, 25 de março de 2010

    Arremessando o bumerangue

    Olá, pessoas!

    Depois de saber algumas coisas sobre o bumerangue e de comprá-los, chegou a hora mais esperada de todas: arremessá-los! Mas vão com calma. Arremessar o bumerangue de qualquer jeito pode ser um risco para as pessoas (inclusive quem arremessou), para o próprio bumerangue e para tudo que está em volta! Por isso leiam com atenção esses dois guias:

    Arremessando - Disponível no site do Jerri Leu, shaper e competidor de Baleneário Camboriú - SC

    Como arremessar corretamente - Disponível no site do shaper Teixeira Curti, de São Paulo - SP

    Tem dois pontos que merecem ser esclarecidos:

    1. A empunhadura (a forma de segurar o bumerangue para arremessar) pode ser feita como se estivesse empunhando uma caneta ou como se estivesse beliscando a ponta do bumerangue (fazendo uma pinça com o polegar estendido sobre a face pintada e o indicador dobrado em contato com a face não pintada). Pessoalmente, acho que a empunhadura em pinça oferece maior facilidade para colocar giro no bumerangue. Testem as duas formas para descobrir qual é a mais confortável para cada um de vocês.

    2. Embora os bumerangues sejam lançados na vertical, a maioria dos modelos volta na horizontal (o bumerangue "deita" durante o voo), sendo que a maneira mais segura de pegá-lo é em sanduíche, com
    as duas mãos abertas, uma por cima e outra por baixo do bumerangue. Isso evita a maior parte dos acidentes. Aqui vai uma dica: não tente pegar bumerangues que passarem acima de sua cabeça, pois as pontas podem bater nas suas mãos ou braços e doer bastante. Também não tente pegar os que voltarem abaixo de seus joelhos, pois podem bater nas pontas do dedos e até quebrar unhas, mesmo que vocês não usem unhas compridas! Não tem problema deixar o bumerangue cair no chão, os atos de andar e se abaixar para pegá-los pode ser um bom exercício também! Com o tempo você aprende a prever onde o bumerangue irá cair e vai conseguir fazer mais pegadas sem problemas.



    Outro material que vale muito a pena ver é esse vídeo, com várias dicas (algumas coisas, como regulagens, são abordadas em outras partes do blog):

    Como arremessar - O vídeo foi feito e está no site do Ricardo Marx, competidor de Granja Viana - SP.

    Treinem bastante e não desanimem! E se vocês não estão acostumados a fazer exercícios físicos se acostumem a sentir algumas dores musculares após as primeiras sessões de arremessos. Recomendo fortemente que façam alongamento do corpo todo antes e depois de cada sessão, isso ajuda a diminuir as dores e pode evitar contusões também!

    Outra coisa: ao arremessarem ao ar livre, prefiram os horários antes das 10h e após as 15h, pois é quando o sol está mais fraco e os riscos de conseguirem um câncer de pele são menores (além do calor, claro), mas não deixem de usar protetor solar, chapéu e, se possível, óculos escuros (ajudam muito quando o bumerangue retorna contra o sol), além de beberem bastante líquido para reidratar (evitem bebidas alcoólicas). Também é bom calçarem tênis quando forem jogar na grama ou na terra, pois podem evitar machucados e até dores nos calcanhares (além de não deixarem que a poeira se misture com o suor nos seus pés e faça aquela sujeira!). Já na praia, os tênis são opcionais.

    Bons Arremessos!
    Ítalo Carvalho

    quarta-feira, 24 de março de 2010

    Dicionário de bumerangue

    Olá, pessoas!

    Como todo esporte, o bumerangue também tem seus termos próprios, seus jargões, se preferirem. Por isso, vem bem a calhar um dicionário que explique os termos mais usados:

    Dicionário bumeranguistico - O site é do Sanca, shaper e competidor de São Carlos - SP.

    Notem que abaixo da lista de palavras tem um formulário onde é possível pedir por palavras que não estejam no dicionário.

    Dêem uma boa lida nele que vocês já estarão por dentro de muita coisa sobre bumerangues!

    Bons arremessos a todos!
    Ítalo Carvalho

    Onde comprar bumerangues na Internet

    Olá, pessoas!

    Uma da maravilhas do capitalismo (ou não) é que a Lei da Oferta e Procura reina no mercado e vários vendedores oferecem o mesmo tipo de produto e usam a imaginação para tentar atrair compradores. Com o bumerangue não é diferente, então aqui vão alguns sites onde vocês podem comprar o mais diferentes modelos! E se você é canhoto, alguns deles já oferecem modelos próprios. Mas se não oferecerem você pode tentar contato por e-mail que muito provavelmente conseguirá encomendar bumerangues adaptados (o prazo de entrega pode ser um pouco maior, pois os fabricantes terão que fazer do zero). Vamos aos sites:

    Arremessos - Site do Sanca, shaper e competidor de São Carlos - SP. Oferece bumerangues principalmente em madeira (Bwoods) e alguns em PVC e PVCe, basicamente modelos just-for-fun. Possui uma boa variedade de modelos de duas asas que alcançam no mínimo 30 metros.

    Bahadara - Site do Magrão, um dos maiores e mais antigos divulgadores do bumerangue no Brasil e que tem o maior alcance no país, tendo revendedores em vários estados (se não me engano, as lojas Carrefour e Pão-de-Açúcar também revendem). São todos feitos em PP, que é um material bastante resistente e não quebra fácil. A Bahadara também é a única no Brasil que vende bumerangues ambidestros, que podem ser arremessados tanto por destros, quanto por canhotos, dependendo apenas da regulagem (modelos K2, Trifly, Falcão N2, CS2 - 90, Touareg e Infinity).

    Boomania - Site do Jair Júnior, de São José dos Campos - SP. Possui modelos em madeira just-for-fun. Fabrica em compensados e é o único no Brasil que oferece modelos em bétula filandesa (ou birch plywood, uma das melhores do mundo para fabricação de bumerangues). Valoriza a beleza natural da madeira e por isso pinta apenas as pontas das asas (mas passa o verniz no bumerangue todo, é bom dizer!). Possui um blog que vale a pena visitar, o Bumeranguemania, com muito material interessante e curiosidades sobre o esporte.

    Bume - Site do Ricardo Marx, de Granja Viana - SP. Competidor e o primeiro brasileiro a vencer um campeonato em outro país (Campeonato de Longa Distância, nos Estados Unidos). Frequentemente oferece modelos importados e até algumas coisas curiosas. Destaque para o Miniboom, um bumerangue de PVC 0,5 mm que pode ser jogado em lugares fechados, como a sala de casa.

    Bumerangues Brasil - Site do Ronaldo Alperin, do Rio de Janeiro - RJ. Especializado em modelos utilizados em competições.

    Dr. Boom - Site do Diogo e da Kênia, de Ponta Grossa - PR. Possui modelos em PVC e PETg (um plástico considerando nobre na fabricação de bumerangues, também bastante resistente)

    Easy Throw - Site do Marcus Túlio, também de Itabuna. Oferece bumerangues em madeira e de vez em quando alguns natural elbows (feitos de um galho bruto de árvore, onde o contorno do bumerangue segue o traçado original do galho).

    Free Flyght - Site do Teixeira Curti, shaper de São Paulo - SP e fabricante de bumerangues de maneira artesanal desde a década de 1970. Possui uma grande variedade de bumerangues em PVC, bons para quem está iniciando. Para os mais experientes oferece modelos em PAR (polímero de alta resistência, realmente bastante resistente) e PSAI. O Teixeira também vende por atacado na loja Boomerang Brasil (tem alguns modelos não estão na primeira loja).

    Gaia Bumerangues - Site do Paulo Machado, do Rio de Janeiro - RJ. Temo modelos para todos os níveis, com destaque para os fabricados em plástico (PVC, PSAI e até Policarbonato).

    Olimpo Bumerangue - O André Caixeta e o Felipe Takao, de Patos de Minas - MG, fabricam apenas modelos para competição (principalmente para Fast Catch) em vários tipos de plástico.

    SempreVolta - Site do Jerri Leu, shaper e competidor de Balneário Camboriú - SC. Oferece bumerangues em diversos materiais (compensados navais e Bwoods e fibra de vidro, principalmente), para diversas modalidades e just-for-fun (só para diversão, sem fins competitivos). As pinturas são excelentes, sempre bem coloridas e chamativas (para mim, estão entre as mais bonitas que já vi).


    Bom, pessoal, esses são todos os sites que conheço onde acho que vale a pena comprar (ou pelo menos verificar, pois tem uns dois na lista de onde nunca comprei, mas pelos materiais que usam parecem ser bons), agora é só pesquisar e escolher os modelos que mais agradam. O frete para Salvador sai entre R$15,00 e R$25,00 por PAC, dependendo da distância e do peso da encomenda. Dica: comprem mais de um exemplar por vez, assim vocês gastam menos com frete do que se fossem comprar um único bumerangue. Ou então se juntem mais um ou dois amigos para fazer o pedido, assim cada um paga uma parte do frete e sai bem mais em conta. Visite os sites de tempos em tempos, pois eles podem ser atualizados e novos  modelos ser adicionados. E não se esqueçam de visitar o resto desse blog, que possui muita coisa interessante para quem quer arremessar só por diversão e também pra quem quer competir!

    Bons arremessos!
    Ítalo Carvalho.

    Onde comprar bumerangues em Salvador

    Olá, pessoas!

    Agora que todo mundo já sabe como escolher seu primeiro bumerangue, aqui vão os lugares onde vocês poderão adquiri-los.

    Como moro em Salvador, naturalmente fui pesquisar primeiro por aqui. O que descobri é que os únicos lugares onde vendem bumerangues são as Lojas Centauro nos shoppings Salvador, Iguatemi e Barra. São os bumerangues da Bahadara, empresa do Magrão e que tem o maior alcance no Brasil, tendo revendedores em vários estados (se não me engano, as lojas Carrefour e Pão-de-Açúcar também revendem). São todos feitos em PP, que é um material bastante resistente e não quebra fácil. A Bahadara também é a única no Brasil que vende bumerangues ambidestros, que podem ser arremessados tanto por destros, quanto por canhotos, dependendo apenas da regulagem.

    Para os iniciantes, recomendo o Spin Racer (alcance de uns 20~25 metros), o Agile (alcance máximo de 10 metros) ou o Five Star ( alcance de 20 metros) para destros, e o  K2 (mesmo alcance do Spin Racer) e o Trifly (alcança de 30 a 40 metros) para os canhotos (nunca encontrei o K2 aqui em Salvador, talvez só dê para comprar pelo site mesmo). O Trifly na verdade é para quem já tem alguma experiência, mas como não tem muita opção para os canhotos ele tem que servir. Vale dizer que o Trifly e o K2 também servem para destros, assim como o Infinity, o Falcão N2 e o CS2-90, basta regulá-los (vejam como fazer isso nos vídeos do site da Bahadara ou no marcador "Regulagens", na barra à direita do blog).

    Há vários sites que vendem bons bumerangues em diversos materiais, mas o frete acaba encarecendo a compra. Então recomendo para quem está iniciando que procure algum lugar ou alguém que venda em sua cidade, e, quando aprender e tiver certeza de que gosta do esporte, investir em uma compra a distância.


    Bons arremessos a todos!
    Ítalo Carvalho.

    terça-feira, 23 de março de 2010

    Como escolher seu primeiro bumerangue

    Olá, pessoas!

    Para arremessar bumerangues, primeiro é preciso tê-los, certo? Então aqui vão algumas dicas de como comprá-los (aprendi a maioria por experiência própria)!

    Se você vai comprar seu primeiro bumerangue, recomenda-se que seja de 3 asas. São mais fáceis de arremessar e de pegar no retorno, além de terem um voo mais estável. Prefira modelos que tenham voo alto e que tenham um retorno por cima. Os sites geralmente trazem essa informação e recomendam quais de seus modelos são mais indicados para inciantes. Caso não façam isso, você pode enviar um e-mail perguntando e muito dificilmente ficará sem resposta (comigo nunca aconteceu). Veja também se o modelo é para destro (arremessado com a mão direita) ou para canhoto (arremessado com a mão esquerda). Muitos sites já indicam isso ou oferecem a opção de você encomendar modelos para canhotos. Também é possível comprar modelos ambidestros. É fundamental que você saiba como reconhecê-los.

    Prefira modelos de curto alcance (até 20~25 metros) e de materiais leves, como PVC de 1 ou 2mm ou PVCe (expandido), pois assim você evita se machucar e machucar outras pessoas. Eles voam apenas sem vento ou com vento fraco, e isso não é um problema, uma vez que para jogar em ventos mais fortes é melhor já ter alguma prática para evitar acidentes. E por falar em acidentes, tome cuidado para não quebrar seu bumerangue e sempre siga as instruções de arremesso! Mas se isso acontecer, não desanime. Muitos jogadores experientes também podem quebrar um bumerangue. Portanto, resista à tentação de comprar bumerangues mais caros no início. Outro material, mais resistente que o PVC e um pouco mais pesado também, é o PP (polipropileno), que exige um pouco mais de cuidado na hora de arremessar. Não recomendo muito outros materiais, mas não quer dizer que você não possa comprá-los (Só evite bumerangues de MDF, que não é um material bom para bumerangues, embora alguns sites vendam a preços muito altos para a qualidade baixa).

    Aqui vai uma dica preciosa: compre bumerangues com cores chamativas ou bem coloridos. Particularmente, tenho preferência pelo vermelho e pelo laranja. Isso é muito útil quando você erra o arremesso. Evite o verde, pois ele fica camuflado na grama e nas folhas das árvores. O preto também fica difícil de encontrar em árvores com folhagem muito densa e em lugares mais escuros, assim como outras cores muito escuras (elas só se destacam se você for arremessar na praia, já que a areia é branca). Já o branco fica difícil de acompanhar durante o voo em dias nublados. Mas se você acabar comprando um bumerangue pouco visível, você pode repintá-lo (exceto o PP, que não aceita tintas sem um banho químico com promotores de aderência) ou colar adesivos sobre ele, principalmente aqueles adesivos refletores vermelho e prata que se vê em capacetes de motoqueiros, bicicletas e caminhões.

    Bom, acho que esses são os principais pontos que você tem que levar em conta na hora de escolher seu primeiro bumerangue!

    Bons arremessos!
    Ítalo Carvalho.

    Sobre bumerangues

    Olá, pessoas!

    Sempre achei que as pessoas devem ser bem informadas sobre tudo que fazem, então aqui vai uma introdução bem legal sobre os bumerangues, incluindo alguns fatos históricos bem interessantes. É bem resumido, mas tem as coisas básicas que qualquer praticante deve saber (e o suficiente pra impressionar os desinformados numa conversa!). O texto foi retirado do site Sempre Volta, do Jerri Leu:

    "Bumerangues são objetos fascinantes, simples de se usar e que qualquer pessoa pode praticar este esporte, independente da idade.

    São verdadeiros, não como aqueles brinquedos que já vimos em desenhos animados, muito menos como aquela arma que decepa dedos de bandidos.

    Muitos ficam tão envolvidos com estes objetos, que se tornam verdadeiros pesquisadores e experts no assunto, indo atrás de informações sobre aerodinâmica, forças que agem sobre o bumerangue, novos formatos, enfim...

    A partir desta compreensão, tem-se condições plenas de construir seus próprios bumerangues, a partir de plantas que facilmente se encontra em vários websites, ou criando suas próprias plantas.

    Para isso, bastará que se tenha pouca ferramenta (serra, lima grosa, lixas, etc...) e disposição para testar as obras acabadas, porém com a necessidade dos testes de vôo, podendo haver a necessidade de ajustes no “shape” (geralmente nas bordas de ataque e de fuga).

    Os bumerangues podem variar de formato e de número de asas: 2, 3, 4, 5, 6 asas e mais (dependendo da criatividade do designer!). Existem também vários outros formatos, artísticos ou decorativos: em forma de gato, de letra, papa-léguas, gaivota, guarda-chuva, cabide, etc...(a criação vai por conta do grau de espírito de cada designer!)

    Existem também bumerangues específicos para cada modalidade: fast-catch, endurance, double, trick-catch (para estas modalidades geralmente são usados os de 3 asas ), precisão (podendo ser de 2 e 3 asas), longa distância (comum usar de 2 asas, regulados com pesos), mta e mta 100 (este é um bumerangue específico, que tem como característica “flutuar" por muito tempo no ar).

    Muito bumeranguistas não se contentam em apenas jogar em espaços abertos, então, possuem (geralmente fabricados pelos mesmos) bumerangues feitos em papel-cartão, para arremessar dentro de casa ou no escritório!

    Finalmente, construir bumerangues pode ser classificado como um trabalho de arte. Arremessar, uma terapia para quem pratica e deslumbramento para quem aprecia!

    HISTÓRIA

    O continente Australiano é o lugar onde até pouco tempo utilizava-se o bumerangue, então daí que se tem identificado este objeto como sendo exclusivo e de origem neste continente.

    O bumerangue mais antigo que se tem notícia, feito a partir de uma presa de mamute, foi encontrado na Polônia em 1987, com a idade calculada em torno de 23.000 anos. Os bumerangues de madeira mais antigos, foram descobertos em Wyrie Swamp, no Sul da Austrália, pelo arqueólogo Roger Luebbers, em 1974 e que tem em torno de 8 a 10 mil anos de idade. Também aparecem em inscrições rupestres sobre rocha, em Arnhem Landy (Australia) e acredita-se que tem mais de 15 mil anos.

    Outros bumerangues pré-históricos foram encontrados em Jutlandia (Dinamarca) com aproximadamente 7 mil anos de idade e outros aparecem representados em cavernas no norte da África, com idade estimada de 9 mil anos.

    Os índios Hopi, do Arizona (EUA), os esquimós, povos da Índia do Antigo Egito, Holanda e Alemanha, também eram lançadores de uma arma de caça e combate semelhantes aos utilizados pelos aborígines australianos. O próprio índio brasileiro tinha o seu bumerangue, o tacape. Acredita-se que o bumerangue foi sendo esquecido com o uso de outras armas, como arco e flecha.

    Os bumerangues que foram achados em escavações arqueológicas no Egito, mostram bumerangues muito elaborados, construídos em madeira e osso, decorados com ouro e pedrarias de brilhantes, onde foram utilizados como objetos sagrados. O Faráo Tutancamon foi um dos grandes aficcionados pelo bumerangue. Em sua tumba foi encontrado uma caixa com vários bumerangues adornados em ouro. Era considerado um esporte de elite, um esporte mágico, conforme desenhos encontrados em papiros e pinturas em paredes

    .
    Acima, a caixa de bumerangues achados na tumba de Tutancamon

    Acima, bumerangues encontrados no Egito.

    No princípio acreditava-se que o bumerangue era utilizado para golpear os animais durante a caça, devido à sua trajetória curva e a grande distância que podia ser arremessado.

    Também se supôs que a característica de retorno era muito útil, pois se o bumerangue não não golpeasse o animal, poderia o caçador tê-lo em retorno à mesma posição do lançamento, poupando assim de se fabricar outra arma de caça.

    Estudos mais minuciosos sobre estes achados arqueológicos da época, revelaram que o uso do bumerangue não tinha esta função (golpear animais), mas sim, usavam como bastões para assustar as presas e serem conduzidas para redes estendidas pelos caçadores. Estes bastões não regressavam, ou pelo menos não faziam de forma suficientemente precisa.

    O termo "boomerang" é de origem européia, pelos brancos , sendo que os aborígines o chamavam de "kylie" ou "karlie" e foram encontrados peças arqueológicas com 1,30 metros, com 1 kg e que alcançavam vôos de até 200 metros!

    Também se descobriu que uma variedade destes bastões era utilizada para cerimônias e jogos ("Corroborees" em língua aborígene). Neles, mediante a demonstração da habilidade no seu manejo, podia-se dizer quem assumiria a chefia nas expedições de caça. Os bumerangues formam parte do conjunto de elementos sagrados da cultura tribal.

    Acima, o "Corroboree"

    Acima, ritual aborígine, onde se utiliza o bumerangue

    O bumerangue era utilizado diariamente, às vezes como ferramenta pa cortar (carne ou vegetais), como também para cavar a terra em busca de raízes comestíveis e como arma contra inimigos e contra animais. Utilizavam-no também na pesca, golpeando com habilidade a superfície da água.

    Um bom bumerangue era símbolo de poder. O desenhos que o decoravam também eram significativos, identificando membros de famílias e clãs, mostrando assim a riqueza de quem o empunhava. As mulheres não podiam utilizar-se dos bumerangues ou kilies.

    Atualmente, o bumerangue não é mais tido como uma arma, mas sim como um esporte que fascina cada vez mais e mais curiosos e a cada ano muitos adeptos surgem.

    No Brasil temos hoje vários fabricantes de bumerangues, alguns mais expressivos, como Ricardo Bruni Marx, Leandro Henrique Borges, Jair Rodrigues e outros que a cada dia vem se destacando mais e mais, criando novos modelos, nos mais diversos tipos de materiais, como madeira, celeron, fenolite, pvc, poliestireno, policarbonato, fibra de vidro e fibra de carbono."



    É difícil encontrar mais informações em português na internet. Se você sabe inglês, recomendo procurar por "boomerang" nos sites de busca. Só pra dar um gostinho, aqui vai um link para o livro "Boomerang: behind an Australian icon", por Philip Jones, no Google Books (não está disponível por completo, mas não deixa de ser interessante):

    Outro livro interessante é o "Boomerangs: How to Make and Throw Them", por Bernard Sterling Mason, disponível em sites de livrarias internacionais.

    Só um aviso: procurar por informações sobre bumerangues na internet é meio complicado, não importa em que língua seja! Apesar do desconhecimento por grande parte do público, eles fazem parte da cultura popular e há vários livros de ficção e auto-ajuda e até programas de televisão e boates com "bumerangue" no nome, o que atrapalha bastante as buscas, então seja paciente!

    Bons arremessos a todos!
    Ítalo Carvalho